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A fé cristã não pode ser neutra. Ela deve posicionar-se em várias questões, especialmente naquelas que dizem respeito à Justiça Econômica. O mercado não pode criar a Solidariedade. Estas foram algumas das questões discutidas na 9a Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).

A riqueza - ou pobreza - das nações está na pauta da 9a Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e foi tema de conferências de imprensa, discursos, artigos e também da Plenária da tarde do dia 17 de fevereiro.

A globalização continua a promover crescimento desenfreado e sem limites, embora as igrejas e os movimentos sociais alertem o mundo sobre estes perigos, especialmente na questão econômica. Mais de 3 bilhões de pessoas vivem em situação de pobreza no mundo, com menos de 2 dólares (ou R$ 4,30) por dia, representando a situação de 50% da população mundial.

É neste contexto que a Assembléia acontece: com o objetivo de promover discussões e buscar alternativas a serem implementadas, ao invés de seguir a cartilha dos modelos econômicos imperialistas vigentes.

O bispo dr. Wolfgang Huber concentrou-se nos diferentes aspectos da globalização, no texto "Os sinais dos tempos", apresentado à plenária da 9a Assembléia. Alguns positivos, como a rápida ajuda dada às vítimas do Tsunami, no Oceano Índico. Outros, negativos, especialmente no que diz respeito às relações econômicas, que cada vez mais promovem isolamento e egoísmo, elementos contrários à Justiça Econômica. "Qualquer um que saiba interpretar os sinais dos tempos precisa conhecer os dois lados: as oportunidades e os perigos do desenvolvimento mundial", disse.

Para ele, a fé cristã deve assumir seu posicionamento ao que diz respeito à Justiça Econômica. "A fé cristã não pode ser neutra. (…) Decisões econômicas não podem criar valores morais. Solidariedade não pode ser criada pelo mercado. Justiça Econômica é apenas possível qual a sociedade civil mantém sua própria independência e desenvolve sua força", disse Huber.

O professor ugandês Yash Tandon, diretor-executivo do Centro Sul, em Genebra, acredita que existe um caminho para promover a justiça e participação mundial, onde os recursos possam ser divididos e a terra seja melhor cuidada. "Nós precisamos de um mundo sem pobreza e isto será possível se repensarmos a forma como temos consumido, produzido e distribuído os recursos".

Este também foi o tema de uma conferência à imprensa realizada pela Aliança Ecumênica de Ação Mundial (Ecumenical Advocacy Alliance), no dia de ontem, e que reuniu as igrejas para discutir ações e campanhas realizadas pelas igrejas em prol da justiça no comércio mundial.

Para a organização, a Campanha promove o comércio para as pessoas - e não as pessoas para o comércio - convocando todos a reconhecerem que os Direitos Humanos e acordos sociais e ambientais são prioritários sobre os acordos comerciais e políticos.

AGAPE, o principal documento do CMI sobre o tema (em inglês), pode ser lido na página web:

www.wcc-assembly.info/po/tema-questoes/assembly-documents/documentos-oficiais-de-trabalho/agape.html

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