Quando o secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Rev. Dr. Olav Fykse Tveit participar do dia de oração pela paz, em Assis, Itália, em 27 de outubro, estará acompanhado por Amos Clare, da Igreja da Inglaterra, a nova coordenadora executiva do CMI para o programa de diálogo e cooperação inter-religioso.

O encontro inter-religioso em Assis é chamado pelo Papa Bento XVI de “um dia de diálogo, reflexão e oração pela paz e justiça no mundo".

"O evento de Assis tem um grande potencial para a paz. Não pode haver paz no mundo sem paz entre as religiões. Os esforços de aproximação entre as religiões para se trabalhar preocupações comuns são imperativos para a paz, que é a mensagem de Assis ", disse Amos.

Amos, que se juntou o CMI há poucas semanas, é formada em teologia pela Universidade de Cambridge e pela Escola Bíblica e Arqueológica Francesa em Jerusalém. Depois, passou mais de dez anos em Jerusalém e no Líbano, onde esteve profundamente envolvida com as questões inter-religiosas e da educação teológica.

Ela é autora de vários livros sobre estudos bíblicos, relações inter-religiosas e espiritualidade.

Após casar-se com Alan Amos, então capelão anglicano em Beirute, Amos trabalhou para o Conselho de Igrejas do Oriente Médio e para a Escola de Teologia do Oriente Médio, no início dos anos oitenta. Enquanto vivia em Beirute, sua experiência de diálogo estava enraizada nos anos difíceis da guerra civil libanesa e da invasão israelense do Líbano.

Amos considera que engajar as igrejas no Oriente Médio em diálogo é uma das prioridades em suas tarefas no conselho.

"No Oriente Médio, não se pode ignorar as dimensões de outras religiões. Fomos confrontados com os desafios de como ler o Novo Testamento, dada a influência da relação do cristianismo com o judaísmo, apesar de não ignorar como as escrituras hebraicas foram usadas para justificar ações políticas do governo israelense moderno, que afetou a vida de cristãos e muçulmanos na a terra santa", diz Amos.

O programa do CMI que enfoca o auto-entendimento cristão no contexto global de diversidade religiosa é uma importante iniciativa de diálogo inter-religioso, diz Amos. Ela vislumbra uma ênfase especial nesta área, que percebe como essencial para entender as próprias tradições dos cristãos.

"O engajamento entre diferentes expressões de fé também trata da descoberta de quem somos. É por isso que o programa do CMI de auto-entendimento cristão no contexto de pluralidade religiosa é importante. Este é o lugar onde os cristãos, juntamente com os judeus, muçulmanos, hindus e budistas, redescobrem sua própria identidade. E esta é uma motivação importante para o diálogo inter-religioso".

Amos também espera desenvolver a cooperação inter-religiosa na área de defesa da liberdade religiosa, direitos humanos e proteção das minorias religiosas que formam um dos focos dos programas do CMI. Ao mesmo tempo, ela espera trabalhar extensivamente no diálogo ecumênico e teológico.

"Estou ansiosa para trabalhar no diálogo ecumênico, este que acontece entre os cristãos. As semelhanças entre o diálogo inter-religioso e entre diferentes expressões de fé são complexas. Estou ansiosa para enfrentar esses desafios no meu trabalho no Conselho."

Leia também:

Programa do CMI para o diálogo e cooperação inter-religioso

CMI explora autocompreensão cristã no contexto da religião hindu

Igrejas-membro do CMI no Oriente Médio