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Milhares de pessoas planejam participar em diversas partes do mundo, a pé ou de bicicleta, de uma peregrinação em prol da justiça climática.

Os milhares de peregrinos, inspirados por suas convicções religiosas, querem expressar solidariedade com os afetados pelas mudanças climáticas e pedir aos líderes mundiais que produzam um mecanismo legal eficaz e universal acerca do clima na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris.

Estes peregrinos, principalmente da Europa e da África, estão sendo  mobilizados por organizações cristãs que representam igrejas-membro do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Alguns vão terminar a sua viagem em Paris, unindo suas vozes a outros representantes de religiões na COP 21, a ser realizada de 30 de novembro a 11 de dezembro de 2015.

"Paris é um marco na nossa peregrinação de justiça climática", disse o Dr. Guillermo Kerber, coordenador do programa do CMI para o Cuidado com a Criação e Justiça Climática. "No entanto, Paris não é um destino. Como pessoas de fé, que devem oferecer uma bússola moral para o diálogo sobre o clima, precisamos criar estratégias para 2016 e além", disse ele.

Kerber falou durante uma reunião preparatória para a COP 21, promovida por organizações ecumênicas, no dia 22 de janeiro, em Genebra, Suíça. O conceito de "peregrinação de justiça e paz" é uma visão promovida pela X Assembléia do CMI e a justiça climática é um componente significativo desta visão.

Na esteira de pedidos por justiça climática feitos por líderes religiosos, como o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla e o Papa Francisco, da Igreja Católica Romana, o CMI está planejando trazer fortes vozes de comunidades religiosas que exijam um tratado justo, ambicioso e juridicamente vinculativo em Paris, disse Kerber.

Na África os "peregrinos da justiça climática" estão planejando atravessar fronteiras a pé e de bicicleta, sensibilizando as pessoas sobre o impacto das alterações climáticas. Patriciah Akullo, de ACT Aliança, organização parceira do CMI, compartilhou informações sobre a campanha promovida por sua organização por justiça climática, que é implementada em torno da COP 21 e com enfoque na África. Ela disse que, após a passagem das fronteiras entre a África do Sul, Uganda e Burundi, entre outros países, o destino final dos peregrinos será Nairobi.

Espera-se também que algumas celebridades juntem suas vozes à campanha, como o arcebispo Desmond Tutu e o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, ao lado de outras pessoas das áreas de esporte, cultura e música.

"A Peregrinação rumo à COP 21 é uma peregrinação de justiça e de paz para as pessoas e para a Terra", disse Isaiah Toroitich, que trabalha na campanha 'Aja Agora pela Justiça Climática'. "Como pessoas de fé, esperamos falar numa só voz em Paris e demonstrar nossa solidariedade com as pessoas afetadas pelas mudanças climáticas", disse.

Thomas Hirsch, da organização alemã Pão para o Mundo, disse que, como pessoas de fé, "estamos unidos na nossa diversidade através de nossos esforços e nossos pedidos de justiça climática a serem ouvidos na COP 21". O planejamento das iniciativas das igrejas, organizações ecumênicas e seus parceiros de fé foram chamados de "motivadores" por Hirsch. No entanto, ele disse que o momentum desses esforços pode ser perdido se a COP 21 não produzir nada de concreto".

As seguintes organizações fizeram parte da reunião preparatória em Genebra: ACT Aliança, a Conferência de Igrejas da Europa, Norwegian Church Aid, MISEREOR, Green Pilgrimage Network, Bread for the World, The Lutheran World Federation, Christian Aid, Secours Catholique, CIDSE e CCFD-Terre Solidaire.

A peregrinação de justiça e paz do CMI

O trabalho do CMI por justiça climática e cuidado com a criação