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O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) emitiu um apelo urgente às Nações Unidas pedindo uma resposta imediata ao assassinato de cristãos e outros grupos por parte de militantes do autoproclamado Estado Islâmico no Iraque e na Síria (ISIS).

O pedido, enviado ao secretário geral da ONU, Ban Ki Moon, vem reforçar e ampliar o apelo urgente feito pelo Patriarca Caldeu da Babilônia, Louis Raphael Sako, que pediu ajuda aos cristãos da planície de Nínive, no Iraque, que estão fugindo de suas casas e comunidades depois de dois dias de ataques de morteiros feitos por militantes do ISIS.

O CMI também enviou uma carta às suas 345 igrejas-membro ao redor do mundo informando acerca da situação em Nínive e pedindo-lhes não apenas para orar e dar apoio humanitário ao povo do Iraque e Nínive, mas para pressionarem seus governos para que peçam o fim das agressões brutais do ISIS.

"Estamos profundamente perturbados com as ameaças enfrentadas por igrejas cristãs tão antigas e outras comunidades religiosas e étnicas do norte do Iraque e com as informações de que centenas de milhares deles fugiram de suas casas", disse Isabel Apawo Phiri, diretora associada e secretária geral interina do CMI, na quinta-feira, 7 de agosto.

"De acordo com o Patriarca Caldeu da Babilônia, Louis Raphael Sako, há necessidade urgente de medidas imediatas de proteção a essas pessoas e que não se meçam esforços para trazê-las de volta a suas casas", disse ela.

"Embora sejamos gratos pelo que vem sendo feito, apelamos urgentemente a ONU para que estabeleça e mantenha os contatos diplomáticos necessários para garantir os direitos, a dignidade e a sobrevivência dos diversos povos do Iraque e seus vizinhos", disse Phiri.

"Queremos assegurar-lhe que o povo do Iraque, e os líderes das Nações Unidas, permanecem em nossos pensamentos e orações", acrescentou.

De acordo com a carta do Patriarca Sako, enviada no dia 07 de agosto, durante a noite o dia 06, militantes do ISIS realizaram um ataque com morteiros na região, o que levou cerca de 100.000 cristãos a fugirem de suas casas e aldeias, a imensa maioria a pé, em direção às cidades curdas de Erbil, Duhok e Sulaymaniyah.

"Entre os fugitivos estão doentes, idosos, crianças e mulheres grávidas. Há necessidade urgente de água, comida e abrigo", diz a carta do Patriarca.

A carta relata ainda que as igrejas e os bens das igrejas nas aldeias estavam sendo destruídos pelos militantes do ISIS, juntamente com a queima de manuscritos antigos e a profanação dos templos.

 

De acordo com Joseph Thomas, o arcebispo caldeu de Kirkuk e Sulaimaniyah, que falou com a Agence France Presse (AFP), cidades inteiras já foram completamente esvaziadas.

O CMI incentiva suas igrejas-membro a apoiar os esforços em torno do apelo de emergência que está sendo coordenado por ACT Alliance, que busca prestar ajuda humanitária às pessoas afetadas pelo conflito.

Carta aberta do CMI ao secretário geral da ONU Ban Ki Moon (em inglês)

Carta aberta do CMI às suas igrejas-membro no Iraque (em inglês)

Igrejas-membro do CMI no Oriente Médio