Available in:
Image
Gil Won-Ok, sobrevivente da escravidão sexual militar japonesa durante a II Guerra Mundial sendo recebida pelo secretário geral do CMI, Rev. Dr Olav Fykse Tveit, numa reunião do CMI, em Bossey, Suíça.

Gil Won-Ok, sobrevivente da escravidão sexual militar japonesa durante a II Guerra Mundial sendo recebida pelo secretário geral do CMI, Rev. Dr Olav Fykse Tveit, numa reunião do CMI, em Bossey, Suíça.

A Dra. Isabel Apawo Phiri, diretora associada e secretária geral interina do CMI, expressou solidariedade com todos os que buscam justiça para as "mulheres de conforto" - coreanas que foram submetidas à escravidão sexual pelo Exército Imperial do Japão durante a II Guerra Mundial.

Phiri enviou uma carta ao Conselho Coreano das Mulheres de Conforto Submetidas à Escravidão Sexual Militar pelo Japão - War & Women's Human Rights Museum, como parte da ação global em torno do segundo Dia Internacional em Memória das "Mulheres de Conforto", observado no dia 14 de agosto.

O termo "mulheres de conforto" é usado para designar jovens e mulheres que foram submetidas à escravidão sexual pelos militares japoneses. Milhares de coreanas sofreram este tipo de abuso naquela época.

Até hoje, os pedidos para que o governo japonês peça desculpas formais pelos crimes cometidos contra as "mulheres de conforto" não foram reconhecidos.

A decisão de observar esta data foi tomada durante a 11a Conferência de Solidariedade Asiática com a Resolução de Escravidão Sexual Japonesa. Em 14 de agosto de 1991, Kim Hak-sun, uma sobrevivente da Coreia do Sul, falou em público pela primeira vez acerca das atrocidades a que foi submetida como "mulher de conforto".

"Apelamos às igrejas do Japão, da Península Coreana e de todo o mundo que dirijam-se ao governo japonês, especialmente através de nossas irmãs e irmãos no Japão, a fim de que um pedido de desculpas formal possa ser apresentado às "mulheres de conforto", disse Phiri, acrescentando que a reparação é essencial para estas "irmãs que passaram por esta experiência desumanizante".

Em sua mensagem, Phiri falou sobre Gil Won-Ok,uma das vítimas sobreviventes sul-coreanas da escravidão sexual militar japonesa que participou de uma recente reunião do CMI. "Sua mensagem para nós foi simples e clara: 'Por favor, construam um mundo pacífico, um mundo sem guerras.Desejo que nunca mais alguém sofra como eu sofri'", disse Phiri, lembrando as palavras de Gil Won-Ok.

Phiri ainda afirmou que o rosto da causa das "mulheres de conforto" é o da já falecida Kim Hak-sun. "Ela é a lembrança de que as meninas abduzidas e entregues aos campos de soldados japoneses tinham seus próprios sonhos e visões de futuro. Sua visão foi despedaçada e seus corpos foram violados em condições de extrema injustiça".

"Que o Deus da vida, que caminha ao nosso lado na peregrinação por justiça e paz, ofereça justiça às vítimas, apesar de tão longa demora", concluiu Phiri.

 

A carta do CMI sobre o Dia Internacional em Memória das "Mulheres de Conforto" (em inglês)

Assista: Peregrinação de Justiça e Paz do CMI - o testemunho de uma sobrevivente da escravidão sexual durante a II Guerra Mundial

CMI promove discussão sobre escravidão sexual durante a Segunda Guerra Mundial (Notícia de 1 de julho de 2014 - em inglês)

Mulheres na Igreja e na Sociedade