Angola, localizado na zona austral do continente africano, é um país onde o povo começou a respirar sinais de paz a partir do ano de 2002, depois de uma longa guerra que dizimou milhares de seus cidadãos e parte de seus recursos naturais.

Depois de sua independência, em 1975, o país voltou a viver os horrores da guerra civil. A violência, desta vez, era entre filhos da mesma pátria. O conflito cobriu o país de sangue e luto, ferindo profundamente a dignidade das pessoas.

Nesta longa trajetória, as igrejas angolanas transformaram-se numa espécie de trincheira na qual o povo encontrou refúgio para fazer valer sua vontade e transmitir o seu sentimento de dor pelas consequências da guerra num tempo em que a paz permanecia um sonho de fé em Deus que só poderia ser alcançado através da promoção do diálogo entre os angolanos.

A construção da paz através do diálogo foi sempre algo defendido pelas igrejas que diariamente sepultavam filhos inocentes, em consequência da guerra.

Cerca de 9 anos após a conquista da paz em Angola, as igrejas hoje estão engajadas na busca de uma paz onde a coexistência pacífica e o respeito aos direitos humanos e o amor ao próximo formem a matriz de um país onde a dignidade humana seja a mais alta expressão, tendo em conta que a igreja continua a ser um grande agente da moral social e cristã na sociedade, assumindo, assim, o papel de agente de controle social.

A persistente violência doméstica, abuso sexual a menores e idosos, crianças acusadas de feitiço, delinquência juvenil e desintegração de famílias são alguns dos muitos assuntos  referentes à violência que inspiram as igrejas a promoverem o diálogo entre si e com o Governo para inverter o quadro desolador após o período de conflito armado. 

O resgate dos valores morais e cívicos e a melhor distribuição da renda entre os angolanos são alguns dos temas que as igrejas daquele país abordam na luta para superar a violência e construir uma paz justa de acordo com o que foi defendido ao longo da "Década para a Superação da Violência", lançado no ano de 2001 pelo Conselho Mundial de Igrejas.

Os resultados obtidos da ação das igrejas na luta contra violência serão apresentados e refletidos na Convocatória Ecumênica Internacional sobre Paz. Os preparativos para o evento, quye se realizará entre 17 e 25 de maio deste ano, em Kingston, Jamaica, levou os participantes da reunião do Comitê Central do CMI, em Genebra, Suíça, a refletirem sobre os diferentes significados dos dez anos da luta contra a violência.

Mais informações sobre a reunião do Comitê Central do CMI

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